sábado, 4 de outubro de 2008

*Rubro*


"Cúmplices da mesma loucura
Dividindo a insanidade daquelas mentes
Unidos com um só propósito
O amor.
E mesmo estando naquela espessa escuridão
Envolvida pro completo pelo manto mortal
Rubro como o mais puro sangue
E tão imortal quanto uma gárgula
Sempre esperando o suave abraço
Tenro e doce como uma maçã.
Vermelha e delicada como seus lábios.
Que me enlouquecem e me tiram a razão.
Perdida entre aqueles túmulos frios.
Rezava,buscava e procurava
Queria achar suas mãos quentes e carinhosas
As mesmas que fizeram as lágrimas
Que eram geladas como essa sepultura
Pararem de cair com aquela intensidade aterrorizante.
Arquiteturas góticas espalhadas por todos os lados
E no final daquele caminho escuro e tenebroso
Achei o diamante mais precioso
Que esquentou minha alma e coração para todo o sempre.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

*Baile dos cisnes*

Alguma vez entendeste o ballet?
Passos suaves,meticulosos
Tão leves que são capazes de flutuar
Tão inocentes e puros que nos tiram lágrimas
Nos fazem sentir emoções fortes
Notei que de certa forma,bailarinos se parecem com cisnes
Belos e exuberantes,com sua penas macias
Que passam pra nós toda a magia
Nos mostrando um mundo alternativo,livre
Me pergunta se essas palavras conseguiriam tocar seu coração
Se,por pelo menos um breve instante
Alguém conseguiria imaginar todo esse esplendor
Ali o amor se une num laço sólido,eterno
Como numa dança singela e envolvente
Passos tão bem sincronizados,que quase chego a pensar
Que ali existe apenas um corpo
Duas almas que se misturam,no soar de uma bela canção
Já amaste assim antes?
Se quiserdes sentir tal emoção,veja e sinta o ballet
Sonhe e deseje ser um dos personagens daquele espetáculo.
Se imagina num virtuoso baile dos cisne.


terça-feira, 18 de março de 2008

*Infância*

“Uma vez tente sorri,era uma quente tarde de verão.Temi por alguns instantes que aquela sensação me abandonasse.Caminhava lentamente em torno de um parque quando me deparei com algumas crianças brincando despreocupadas.Parei e as observei atentamente,de certa forma aquelas brincadeiras estavam me divertindo ao ponto de eu ter uma súbita vontade de estender meus braços na direção delas.
Tentei tocá-las suavemente,mas logo notei que elas estavam bem distantes de meus braços,foi aí que eu compreendi que aquelas belas crianças não passavam de uma doce lembrança da minha infância feliz.Balancei a cabeça de leve,censurando a mim mesmo por ter tido um ato tão impulsivo e tolo.
Voltei a caminhar por aquele belo parque cheio de lembranças boas,parecia que o barulho daqueles suaves risadas não queriam sair da minha cabeça.Até cheguei a pensar que tudo aquilo não passava de uma alucinação da cabeça de um louco poeta que não é de sair muito de seu mundinho estreito.
Sentei-me num banco de madeira escura,o mesmo banco que dei meu primeiro beijo no primeiro romance que tive na minha longa vida.Naquele momento minha cabeça deu um giro por toda a minha vida até aquele fatídico dia,parecia que meu profundo desejo de voltar a minha infância era mais forte que qualquer pergunta que eu me fizesse naquele momento,sendo assim,me entreguei por completo àquela ilusão que me confortava a alma e coração.Sem sentir,fechei devagar meus olhos,apenas queria me lembrar dos momentos que havia passado naquele lugar com as pessoas que eu ora amava,ora odiava
Deixei-me levar até sentir uma leve gota fria cair sobre minha face,se misturando com as minhas quentes lágrimas.
-Chuva de verão - pensei quando abria devagar meus olhos.Não consegui me mover pra sair daquele banco.A chuva havia começado a cair mais pesada,mesmo assim eu não me movia nem um centímetro.
Estava me sentindo leve,parecia que a chuva havia levado consigo todas as minhas lamúrias,infortúnios e todo peso que um dia eu tivesse carregado.Pensei novamente nas crianças de outrora,naquele momento elas mais pareciam anjos bailando.Suspirei aliviado e apenas sorri de leve sentindo o calor dos raios do sol que haviam retornado aquele parque.
Assim sendo,me levantei com minhas energias recarregadas,e com um belo sorriso no rosto e com a certeza que nunca ninguém iria fazer desaparecer o calor da minha infância de dentro de mim.”

*Sentimentos perdidos*

“As lamúrias de um poeta poderiam matar nossas ilusões
A felicidade que queremos alcançar
Está ficando cada vez mais distante de nossas mãos
Nada me deixaria pior
Ver os sonhos devorados por lobos famintos por esperanças
Ousarias duvidar das palavras deste que vos fala?
As garras mortais ainda nos ferem aos pouco
Deixando cicatrizes profundas que nunca irão se perder com o tempo.
E ainda assim sofrerias por tão pouco?
Odeie, mate e enlouqueça até quando puder fazê-los
Grite para que todos ao seu redor possam ouvir e sentir
Quanto esse sentimentos são miseráveis pra você
O mundo sobreviveu a falsas indagações antes mesmo de você nascer
Mesmo sabendo disso tudo
Choras por coisas tolas como se estas fossem importantes?
Comprometerias a sua felicidade somente pra dar a vida a quem ama?”

segunda-feira, 17 de março de 2008

“Classificados: Vende-se um coração”


Vendo um coração semi-novo, único dono. Perfeito estado de conservação, talvez os interessados possam notar alguns remendos, mas não há o que se preocupar com esses meros detalhes. Ou talvez, possam notar algumas feridas, mas asseguro-lhes que são facilmente curáveis quando estes tiverem o remédio certo. Muito carinhoso e inteligente, porém precisa com muita urgência de um coração saudável para “injetar” amor nele. As pessoas que estiverem interessadas em comprá-lo deverão comparecer a esse endereço: Rua da esperança, número 52 na cidade dos apaixonados.
NÃO PERCAM ESSA ÚNICA CHANCE DE DESCOBRIREM O AMOR.

*De volta ao amor*

“Interliguei meus sonhos aos seus
Abracei seu corpo com toda minha força
Tive medo que você sumisse que fosse embora de vez.
Medo que aquela felicidade que eu estava vivendo
Tivesse sido apenas uma ilusão
Uma suave e doce ilusão que havia feito que eu me segurasse com vontade
Por um momento não quis abrir meus olhos
O medo ainda não me deixava ir
Correr até você foi à única coisa que me restou
E quando nos seus braços você me abraçou e me acolheu
Senti que estava salva da escuridão que existiu durante a minha caminhada
E como num passe de mágica o amor retornou ao meu coração
E o grande culpado por essa façanha é você.
Que sem muito esforço conseguiu aquecer e confortar
Uma pessoa que não tinhas mais esperança de ser feliz
Hoje sei que não vivo mais sem seu sorriso, sem ouvir sua melodiosa voz.
Dizem por ai que todos os seres vivos precisam do oxigênio pra viver
Eu digo que mais que do oxigênio
Eu preciso de você.”

Lamúrias de um poeta

“Viverás para todo o sempre com a mesma angústia de um ourives
Que de tanto que sofreu por amor, morreu desenganado de tudo.
Breve, entendeu que eu disse?
Breve irás sentir o doce balançar do vento
Ouvir os mais belos pássaros cantarem musicas que ouviste quando pequeno
Ainda consegue se lembrar?
Eram aquelas canções que tua mãe cantava
Quando em seu colo embalsamava-te carinhosamente
Recorda-se do calor daquele abraço?
Bem mais intenso e forte que o próprio sol
Cujo raios o faziam lembrar da cor dos cabelos dela
Dourados como o mais puro ouro que nunca foi maculado por ninguém
Ainda se sente triste e desenganado pelo amor que te foi proibido?
Permita-me dizer-te com a determinação dos mais sábios reis
E com a doçura e sensibilidade de um poeta
Viva e viva
Pois sofrerás muitas agruras e ainda terás que pular muitas pedras
Apenas não se esqueça que sofrer faz parte de nossa vida, assim como sorrir”